SABORES
Sabe-me a pouco a cidade!
Sabe-me a vida demais
Sabe-me o peito a saudade
Doutras vidas ancestrais...
Sabe-me o tempo a fuligem
Das chaminés do passado
Sabe-me o rio a vertigem
De quantos se têm matado...
Por vezes o Douro sabe
A aventura, a viagem
E no coração nem cabe
A 'sprança que vem n'aragem...
Sabe-me a dor o Barredo
Sabe a iscas a Ribeira
E a Sé, sabe ao degredo
Duma vida marinheira...
Sabe o Bonfim ao pousio
Das terras por semear
E Lordelo ao bravio
Dos matos da beira mar...
Miragaia sabe à espera
Do sobe e desce do inverno
E Ramalde, nesta era
A poluição; um inferno...
Vale Formoso, sabe a flor
Campo Lindo, a oração
E a Lapa sabe ao penhor
De D.Pedro, o coração...
Vestiu de festa a cidade
Cheira a cidreira e a mosto
E mesmo em dificuldade
Traz alegria no rosto...
Sabe a cascatas velhinhas
Sardinha "pinga-no-pão"
E ao altar as Fontaínhas
Em noite de S. João!...
MARIA MAMEDE
Sabe-me a pouco a cidade!
Sabe-me a vida demais
Sabe-me o peito a saudade
Doutras vidas ancestrais...
Sabe-me o tempo a fuligem
Das chaminés do passado
Sabe-me o rio a vertigem
De quantos se têm matado...
Por vezes o Douro sabe
A aventura, a viagem
E no coração nem cabe
A 'sprança que vem n'aragem...
Sabe-me a dor o Barredo
Sabe a iscas a Ribeira
E a Sé, sabe ao degredo
Duma vida marinheira...
Sabe o Bonfim ao pousio
Das terras por semear
E Lordelo ao bravio
Dos matos da beira mar...
Miragaia sabe à espera
Do sobe e desce do inverno
E Ramalde, nesta era
A poluição; um inferno...
Vale Formoso, sabe a flor
Campo Lindo, a oração
E a Lapa sabe ao penhor
De D.Pedro, o coração...
Vestiu de festa a cidade
Cheira a cidreira e a mosto
E mesmo em dificuldade
Traz alegria no rosto...
Sabe a cascatas velhinhas
Sardinha "pinga-no-pão"
E ao altar as Fontaínhas
Em noite de S. João!...
MARIA MAMEDE
3 Comments:
Maria, gran'Poetisa. Gostei muito destas palavras com o Porto À vista. Agradeço a tua passagem.
Bjs
perfeito Maria Mamede !
Poeta por inteiro que canta o Porto a "poemar" e o transforma num hino à cidade
beijos muitos para ti, ler-te alimenta...
lena
O poeta finge. A alma sente. O Poeta escreve. A alma sofre. Qual dos dois é que mente?
Gostei de te ler.
Bjs
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