XANGRILAH

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Location: Maia, "Dal Duero ata Lima", Portugal

Mulher para quem escrever Poesia é tão importante como respirar.

Saturday, December 22, 2007

O SER PERFEITO


Somos o Ser perfeito, imortal
Imagem do Deus que nos criou
Do Deus que por certo chorou
Ao ver o seu engano, tão cabal...

Somos o bípede sapiente e vertical
Ao qual a perfeição do Infinito
Deu o toque supremo do Bendito
Que renegamos para amar o mal;

E sabendo tanto, somos ignorantes
Pobres seres, indefesos, arrogantes
Pensando dominar, mas dominados

Estamos só no início da procura;
Tem pena Ó Deus, a caminhada é dura
E nós, muito pouco iluminados!...



Maria Mamede



1980

Saturday, December 01, 2007

(In "CARTAS DE AMOR" - Guarda, Novembro/2004)




Um dia, há muitos meses atrás disseste-me:

- Seguiré cantando para tí -

Hoje eu respondo...


Eu canto para ti a dor vivida
na lasciva beleza do ocaso
eu canto para ti um canto raso
de onda na praia, esmaecida...

eu canto para ti o amor silente
aurora que desponta murmurante
ribeira que corre sussurrante
no seu lirismo doce e envolvente...

eu canto; e cantando me disperso
na ternura do canto e do verso
que escrevemos juntos, que vivi...

eu canto e tudo mais se evola
dos dedos, das cordas da viola
"Y seguiré cantando para tí"!...



Maria Mamede

Saturday, November 17, 2007

QUESTÃO


Ó imprecisa manhã de céu em festa
ó virgem nascitura
estranha e esplendorosa criatura
que vens do oriente
que tipo de gente vens buscar?!
Se todos te queremos, te louvamos
por seres filha do sol
porque dás cama de fogo ao arrebol
se depois a cobres
com um lençol de luar?!...


Maria Mamede

Tuesday, November 06, 2007

S/TÍTULO (NO CAIS DO TEMPO)


Visto-me de luz
na esperança de ti
sempre que a noite
acende todas as estrelas...
e amarro no cabelo
uma fita de luar
e uma gardénia
sempre que o rouxinol
me diz que chegas...
cansada de esperas
ato desenganos
em molhos, com feno pelo meio
e queimo-os
aos poucos
porque o aroma
me lembra de ti!...


MARIA MAMEDE

Sunday, October 28, 2007

Dos muitos Epistolários que vou escrevendo, há um que me "caiu mais no goto" e que se chama "No Cais do Tempo".

Desse serão os poemas que vos deixo hoje, aqui e no "SE NÃO HOUVESSE FRONTEIRAS".

M.M.



São nossos todos os regatos
onde a paixão se debruça
como Narciso
procurando o reflexo...
mas prefiro-os, todos
bordejados de musgos
onde o reflexo é diminuto...
vaidade, eu gosto
narcisismo, não aceito!...


Maria Mamede

Tuesday, October 02, 2007

SE DE AMOR ME FALASSES...


Se me dissesses do amor
que em teu peito
se aninha e cresce
e me envolve
se me dissesses
desse amor
que se dissolve
nos meus braços
desse, com que banhas
meus sentidos áridos
e lassos
se me tivesses presa
junto ao peito
num abraço doce
tão sujeito
do predicado amar
sem complemento
se dele me falasses
ao ouvido
nada nos seria
proibido
tudo poderia ser
contento
se seguisses
nesse intento
e de amor me falasses!...


Maria Mamede

Wednesday, September 19, 2007

VIAGENS...

Deixei a vida por aí
E parti sem destino
A ver se te encontrava...
Esquadrinhei as grutas da memória
Falei aos cavalos-marinhos
Às águias e aos ventos
E o último dragão levou-me no seu dorso
À procura da aurora...
Como não te encontrava
Conversei com as árvores
Bebi orvalho ao nascer d'alva
Mastiguei hortelã
E coloquei na orelha esquerda
Um raminho de alfazema
Pois dizem que esse ritual
Faz abrir os caminhos...
Algum tempo depois
Vi-te, longe
Sentado nas nuvens
Por cima do mar
E regressei à vida.
Ainda falta algum tempo
Para o reencontro!...


Maria Mamede